Eventos para Devs em Angola: Uma Visão Crítica e Realista

Nos últimos anos, os eventos voltados para desenvolvedores têm vindo a ganhar cada vez mais espaço em Angola. Estes encontros deixaram de ser apenas momentos pontuais para se tornarem verdadeiros catalisadores de crescimento do ecossistema tecnológico nacional.

Neste artigo, partilho a minha opinião com base na experiência direta em eventos da comunidade tech angolana, destacando pontos positivos, impacto real e o que estes encontros representam para o futuro do setor.

O que são e para que servem os eventos para Devs

Os eventos para desenvolvedores são encontros presenciais ou virtuais que reúnem profissionais de tecnologia com o objetivo de partilhar conhecimento, criar conexões e fortalecer a comunidade.

Na prática, estes eventos cumprem quatro funções centrais:

Atualização técnica – contacto direto com novas tecnologias, ferramentas e tendências do mercado
Networking – criação de relações profissionais estratégicas
Carreira e recrutamento – visibilidade, orientação e oportunidades reais
Troca de experiências – partilha de desafios reais e soluções práticas

Com base nos eventos em que participei, estes pontos são efetivamente cumpridos. Existe uma juventude angolana motivada, com vontade de aprender, ensinar e contribuir ativamente para o crescimento da comunidade tech — não apenas em Angola, mas também projetando o país para fora.

DevFest Luanda 2025 — Um sinal claro de crescimento

Um dos eventos mais recentes em que participei foi o DevFest Luanda 2025, organizado pela GDG Luanda (Google Developer Group Luanda).

Desde já, deixo os meus parabéns a Ildeberto Vasconcelos, Elisa Capololo, Amâncio Sassamba e a todos os profissionais que contribuíram para a realização do evento.

O DevFest Luanda mostrou, de forma inequívoca, que a comunidade tecnológica angolana está a crescer. Muitos jovens demonstraram interesse real em apostar no mercado, aprender novas tecnologias e evoluir profissionalmente.

Este foi um dos primeiros eventos em que participei que não foi organizado por grandes entidades tradicionais, como a Unitel ou o ANGOTIC, e ainda assim esteve completamente cheio. Normalmente, vou a eventos deste tipo esperando um número razoável de participantes, mas neste caso a adesão superou claramente as minhas expectativas.

Alguns oradores trouxeram temas bastante relevantes, com conteúdos práticos e atuais, o que tornou o evento não apenas inspirador, mas tecnicamente proveitoso.

UXConf Angola

Outro evento marcante foi a UXConf Angola, realizada há algum tempo, com foco em User Experience (UX) e Design de Produtos Digitais.

O ponto mais forte deste evento foi a diversidade e complementaridade dos oradores, com profissionais angolanos altamente qualificados e convidados internacionais. A participação remota de especialistas de fora contribuiu para enriquecer o debate, elevar o nível técnico das discussões e, simultaneamente, projetar o trabalho que está a ser feito em Angola para outras fronteiras.

Deixo os meus parabéns a Walt De Jesus e a toda a equipa envolvida na organização. O trabalho foi bem estruturado e teve impacto real na comunidade de design e produto digital.

Estou particularmente ansioso para participar na edição de 2026.

Os eventos para desenvolvedores em Angola já não são iniciativas isoladas. Estão a consolidar-se como pilares fundamentais para o crescimento do ecossistema tecnológico nacional.

Ainda existem desafios claros, mas o progresso é visível. Quando jovens motivados, comunidades organizadas e conteúdos relevantes se encontram, o impacto é real.

Angola está presente, está a aprender e está a construir o seu espaço no cenário tecnológico global — e estes eventos são uma prova concreta disso.